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Nany People enfrenta etarismo: 'Cheguei aos 60 vivendo do que sempre sonhei' 381l1t

Em conversa com a CARAS, Nany People fala de sua biografia aos 60 anos e desabafa sobre etarismo, carreira e superação como mulher trans b273v

11 jun 2025 - 21h59
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Nany People completa 60 anos em julho
Nany People completa 60 anos em julho
Foto: Reprodução/Youtube / Caras Brasil

Nany People não só vive sua melhor fase como faz questão de escancarar isso com estilo, coragem e muito bom humor. Prestes a completar 60 anos, a atriz, comediante e apresentadora celebra a chegada de mais um marco com o lançamento da sua biografia 'Ser Mulher Não É Para Qualquer Um', um mergulho profundo e inspirador na trajetória de quem desafiou o tempo, os rótulos e os preconceitos para ocupar seu espaço. 30203u

Em entrevista exclusiva à CARAS, a artista foi direta ao comentar a pressão estética e os julgamentos impostos pela idade: "Não tive essa tal crise dos 60. Nem dos 50. Isso nunca me pegou. Em um país onde se fala tanto sobre etarismo, é contraditório ver o quanto se cultua a juventude enquanto a população está envelhecendo", dispara.

Etarismo? Nany responde com vivência e autoconfiança 2g2x5

Com 50 anos de carreira, ela desabafa sobre como encara as críticas gratuitas que escuta ao longo da vida e por que escreveu seu livro: "Quis mostrar que a forma como as pessoas te veem não define quem você é. Muitas vezes, há uma tentativa de minimizar a sua história. As pessoas desprezam seu currículo, suas conquistas, como se não tivessem valor", afirma.

Para explicar melhor, Nany compara os julgamentos ao processo de reforma de uma casa: "É como quando você faz uma reforma em casa. Só você sabe o quanto gastou, o quanto se dedicou, o quanto empreendeu. Aí chega alguém, sem saber de nada, e diz: 'Ah, por que não colocou a escada do outro lado?' Ué, porque você não pagou um saco de cimento, meu amor. Só por isso", diz, com sua tradicional irreverência.

'Estaria até hoje usando kichute e tomando rivotril', dispara atriz 3oy1w

Sem papas na língua, ela reforça que seu caminho foi construído com força, propósito e uma dose generosa de autoconhecimento:

"Aprendi a lidar com esse tipo de julgamento como uma forma de preservar minha saúde mental. Não me deixo levar pelas críticas automáticas que dizem o que 'não fica bem para sua idade', 'não fica bem para o seu gênero', 'não fica bem para você'".

E completa com franqueza: "Se eu tivesse ouvido tudo isso, teria desistido lá atrás. Estaria até hoje usando kichute, tomando rivotril. Mas estou aqui, lançando outro livro, feliz, viajando o mundo. Já fiz quatro turnês internacionais. ei por Dublin, Braga, Porto, Lisboa, Paris…"

Mulher trans e referência: 'Sou exceção à regra' 12a3n

Mesmo com tantas conquistas, Nany faz questão de pontuar a desigualdade enfrentada por outras mulheres trans no país: "E tudo isso sem fazer a tal 'ponte para o além'. Agora a vida está fluindo. Mas é importante dizer: sou uma exceção à regra. A expectativa de vida de uma mulher trans no Brasil é de apenas 35 anos".

Ela credita grande parte da sua força à base familiar: "Cheguei até aqui graças a Deus e à minha mãe, que foi muito à frente do seu tempo. Ela me apoiou, me protegeu, me blindou, me incentivou para a vida".

Hoje, aos 60 anos, ela celebra mais do que uma nova década: "Estou completando 60 anos e vivendo do que sempre desejei viver. Não me perdi no meu percurso, vim para cá [São Paulo] para ser artista, para ser atriz e virei dona do instituto de beleza, motorista. Não, eu vi ser atriz e sou atriz. Estou há 50 anos em cima do palco e me dedicando a isso", afirma com orgulho.

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